"La Corneille Noire, é onde eu conto minha vidinha pacata de andanças, estudos, passeios e prazeres por Paris."

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A caminho do norte!


Na quinta-feira acordamos cedo e iamos para Lille, passando por Metz, capital da Lorena, ao norte de stras, e por Luxembourg, aquele principado entre a França, a Bélgica e a Alemanha.

Chegamos em Metz por volta do meio dia para almoçar. Passeamos um pouco pela cidade, calçadas largas, mesinhas de cafés nas praças. Bem típico da região e parecido um pouco com o que tinhamos visto. Exceto que as construções não tinham mais a caracteristica avermelhada dos arenitos da alsácia, aqui a cidade é bege, de pedras beges foram erguidas as grandes construções da cidade.

Fizemos um almoço bem leve e francês, salada e croque madame e vinho branco da casa. Andamos um pouco, mas com pouco tempo e sem muitas informações dali. A ana amou, eu, como diziam eles, não estava nos meus planos amar a cidade, talvez não estivesse mesmo.
Próxima parada Luxembourg. Chegamos ali e foi tudo meio bizarro, não sei se gostei ou não, estava cansada e com calor, eu esperava mais um Palácio de Versailles do que o encontrado. O que vimos foi bem belo, sintuoso, longas construções em meio a um vale, pontes de estruturas altas, torres, meio castelos, não entendi muito bem a idéia do lugar. Estacionamos o carro e andamos um pouco pelo local, eu parei num mirante e desenhei a vista, o vi e a ana, se aventuraram um pouco por ali.

Eu fui presenteada por uma joaninha, que entrou no meu desenho e só foi embora quando eu acabei. Fofinha.

 Jornada foi mais carro que cidade, cansativo. Chegamos em lille bem tarde, quase escurecendo. e nada aberto aos arredores para jantarmos. Mas o hotel é Art Nouveau. A-d-o-r-o! Ah mais uma coisa legal, mas insiginificante, visitei a Bélgica de carro, mas não stoppamos em nenhum ponto.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A rota do vinho


No dia seguinte acordamos cedo para o café, nosso hotel tava bombando de gente, foi dificil conseguir uma mesa para nós 3.

Saimos rumo ao sul de strasbourg, a primeira parada era uma cidadezinha chamada “Neuf-Brisach” em forma de estrelinha. Essa era a idéia de visitar essa minuscula cidade murada, o formato em estrelinha. Onde mais acharia uma cidade dessas??? Demais!  Demais teria cido vê-la voando de helicoptero, como o orçamento não permitiu passeamos pela pracinha central, em forma de quadrado, bem sem gracinha, sem jardim, sem canteiro, acimentada com banquinhos ao redor da igreja, bem interior paulista. Depois fomos até uma das pontas da estrela, mais ou menos a 70 metros do centro da praça (a cidade é bem pequena mesmo) na porta Belford. É interessante porque após o muro que “estréla” (não posso dizer circunda, porque não é redonda)a cidade tem uns jardin por fora, com outros pequenos muros em formatos de estrela. A cidadela foi projetada, assim pelo estrategista militar “Vauban” que teve essa idéia para confundir possíveis ataques, e deu certo a cidade nunca foi dominada, pois as pontas formam grandes labirintos que dificultavam as estratégias de ataque inimigos. Mas como é uma cidade da alsácia, creio que também pertenceu à Alemanha.





A parada seguinte foi em “Colmar”  a cidade mais distante de Strasbourg para a rota do vinho (fica a 30 minutos ao sul). A cidade é uma graça, com casinhas de estilo germânico coloridinhas, com estrutura de madeira aparente e telhado em forma de triangulo. Adoro essas casinhas! Em Colmar também tem alguns canais, uma parte da cidade é chamada de petit venise , eu não conheço veneza, mas diria que é uma versão bem petit mesmo, mas com muito charme. 






Almoçamos por lá une tarte flambés, que é especialidade da alsácia, nada mais é que uma fininha massa de pizza com creme bechamel bem gostoso, coberta com queijo, bacon e cebola e queijo gratinado, de massa bem crocante. Para acompanhar demos para o victor experimentar uma cerveja branca, delicia! 

Demos mais umas andadas por lá e fomos ao próximo destino: Rodern! Foi díficil para nosso gps se localizar mas achamos essa cidade mini também indicada por blog que eu gosto, nem no guia tinha. Lá chegamos nós, uma rua que vai e outra que volta (de ré, praticamente) no alto de uma colina rodeada de vinhedos. O guia também indicava uma cave para irmos, mas estava meio confusa e resolvemos ir na da frente. Tocamos a campainha, eis que surge um quarentão de abrigo esportivo azul, abre a porta e pede para esperarmos ali um pouco. Ai vem uma senhora de uns 70 e muitos, com dificuldade de andar e bem gorda, e falando um francês bem dificil, meio alemão, mas foi super simpática da maneira dela conosco. Estavamos meio constrangidos porque não parecia muito normal aparecerem lá turistas, muito mais estrangeiros. No fim ela nos explicou um pouco sobre as uvas locais, e eu repassarei a vocês caros leitores.

A alsácia é conhecida principalmente pela uva pinot-noir, a mais famosa delas, cultivada também na região de champagne para essa outra nobre bebida. Apesar da pinot-noir ser uma uva roxinha, seu vinho não é tão rouge, é quase um rose. E é bem “águado” para os padrões de vinho rouge. Mas é delicioso e deve ser acompanhado de uma boa carne. Foram as instruções daquela inesquecivel senhora. Todos os vinhos produzidos nessa região são brancos, com exceção do pinot noir, que é tinto, mas quase rosé e é de colheita tardia.

Gewürztraminer:  ideal para acompanhar sobremesas, leve e fresco.
Riesling: leve, bom como aperitivo
Muscat: tem uma variedade aromática diferente e frutada, para acompanhar qualquer ocasião, segundo ela ele é bem ordinário, execelente para o dia a dia.
Pinot Gris: muito bom para servir com carne branca ou peixe
Pinot blanc: idem
Pinot noir: como já disse, ela sugere acompanhando uma boa carne.

Nós compramos uma garrafa de pinot noir e uma de Gewürztraminer que experimentamos em loco, mas já me arrependi de não ter comprado mais, mas tudo bem, se vier pra alsácia mesmo, vinho de boa qualidade não faltará.

Cidade seguinte Riquewihr. Uma linda vilinha medieval de arquitetura germanica, em uma colina rodeada de vinhedos, nossa que graça são essas vilinhas, não dá nem pra entender direito como se mantém, até hoje, tão pequenas, mas isso que é o interessante também, elas mantém detalhes de outros tempos e não se deterioraram ou cresceram desordenadamente com o tempo.





A ultima visita do dia seria um castelo medieval que fica na maior das colinas por ali, o château du haut- Koenisbourg, mas chegamos e ele já estava fechado, só pudemos apreciá-lo de fora, e ver a vista! Essa vista nos permitiu entender um pouco melhor a geografia dos vilarejos que passeávamos, pequenas colinas, cheias de campos de uvas por todo o lado, com pequenos vilarejos, muito próximos uns dos outros, cerca de 5 a 10 minutos de carro, e 15 minutos de bicicleta. Chegamos a conclusão, lá em cima, que deveriam ser pequenas fazendas que cresceram perto da casa central ou das casas dos camponeses, que trabalhavam na terra e assim estão preservadas até hoje, sendo o vinho a única produção local de quase toda a região. 

O tempo tava lindo, o céu aberto, não sabiamos mais o que era França o que era Alemanha.
De volta a Strasbourg, fomos ao cinema assistir “Pina” em 3D, mas do filme eu falo em outro post. Imperdivél, já deixo a dica.
Vimos o por do sol pelo caminho, as bicicletas em volta do rio Lill, o modernos misturado com antigo, o francês com germânico, ai como strasbourg me encanta!

*fato curioso: essa é a escaleta que fiz para não esquecer os pontos da viagem, com alterações do meu queridíssimo!, achei fofo e resolvi publicar também!
-cidade estrelinha – o victor adorou os muros do civilization
-colmar-tarte flambee – o victor é tão bom quanto uma torta flambee
-não posso esquecer de abraçar o victor com carinho
-rodern – vinhos (tipos de uva) – que vinhos o victor vai gostar?
-riquewirh-medieval alemã – pensei no victor vestido de cavaleiro medieval
-castelinho haut... o victor chorou
- preciso dizer ao victor que amo ele

Fotos de Stras...

                  a cidade vista da catedral !
         nosso almoço the sims : sorvete!
 fazendo graça
 no barquinho ouvinho a rádio kids pirata!
 minha tentativa de foto 180º da ilha de france... lugar mais lindo do mundo!
 o velhinho fofis pescando no fim da tarde... e acenando para nós
 o victor fingindo que dormia no passeio...
postando no blog do hotel de stras...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Strasbourg - parte 2


Estou atrasada com os ultimos posts da viagem e o de volta às aulas, já fez uma semana! nossa!!! 
e as fotos também posto nos próximos post. por enquanto um pouquinho mais de strasbourg!

***
Na mesma noite ( cont. do post anterior), ainda jantamos na parte antiga da cidade uma comida típica muito gostosa, de carnes e batata bem quentinha, com salada e torta de cebola. Foi bem bom, voltamos pro hotel falando em francês, eu e o victor, foi bem legal, porque por mais que o victor diga que não sabe falar, ele tem uma boa memória e desenvoltura para se comunicar.
Meio que ficamos com vontade de fazer nossa vidinha por aqui, é tudo tão organizado, e arborizado, e cheio de jovens, tem bonde igual ao de reims, mas o trasporte de bicicleta é mais que suficiente. Alugamos umas bikes hoje para fazer um passeio, e fiquei refletindo sobre meu texto anterior de champagne sobre subidas e descidas, e cheguei a conclusão que por mais forte que seja meu amor pelo victor, nada mais prazeroso que andar de bicicleta numa cidade plana. 

Hoje fizemos metade do passeio da manhã com os danas e depois do “almoço” – um sorvete – nos dividimos. Fomos a tal emissora ARTE, e me apaixonei, o almoço lá estava com aparencia divina, mas era só para funcionários, mas o refeitório dá pra rua com vista pro rio. Isso que é vida! Entrei lá e pedi pra moça da recepção um email pra enviar meu cv. quem sabe a brincadeira não dá certo?

De lá continuamos percorrendo o rio sentido contrário ao que tinhamos andado com o barquinho no dia anterior e conhecemos umas partes mais residenciais e menos turisticas, consequentemente menos bonitas, mas com outro charme.

Escolhi a rua que gostaria de morar, cheia de casinhas com flores na janela. Rue de fraises.
Continuamos o percurso dando uma volta na cidade e caindo no centro novamente, paramos no museu de arte moderna e contemporânea que tem uma coleção bem surpreendete, e é um desses prédios que eu também adoro, modernos, bem arejados, com iluminação natural e brise pra quebrar a intensidade do sol. Dentre a coleção, algumas obras imprecionaram como algumas obras do kandinsky, um sala de azuleijos apresentada por ele em alguma bienal de arquitetura de berlin. E o pensador do rodin, apesar de não ser uma grande apreciadora de escultura, o pensador estava muito bem colocado no museu a frente de uns quadro coloridos e enfileirados que agradavam muito as vistas. O probema foi quando olhamos no relógio e eram quase cinco e as bicicletas tinham que ser devolvidas as cinco lá perto do hotel. 

Foi uma correria, nos perdemos entre as ruelinhas da cidade antiga, até escada eu subi com a bicicleta na mão. Enfim as 16:55 chegamos no local. Exausta. Mas feliz, eu e o victor aproveitamos muito a cidade e tivemos muitas reflexões sobre nosso papel na sociedade e de como o capitalismo as vezes cria boas coisas, como strasbourg por exemplo. Eu gostaria de vir pra cá, o victor também, mas os dois refletem sobre o assunto.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

babord et tribord


A primeira manhã em Strasbourg, minha ansiedade em ver a cidade, os rios, que enquanto caminhavamos em direção ao centro, qualquer paradinha era um súplicio, por mais lindo que fosse o entorno. Até que uma hora respirei e susseguei. Nosso hotel é próximo ao parque orangerie, e no outro sentido, antes de chegar ao rio, são os campus universitários. Foi muito interessante que ao redor do jardim botânico, que estava fechado, tinha uma apresentação sobre os 10 pensadores sobre educação mais importantes do mundo. Essa apresentação estava sob a grade do parque e cada pensador tinha uma foto sua em estilo “cut out” e contava um pouco sobre sua história. Entre eles estava Paulo Freire, nós ficamos felizes e orgulhosos com isso. E eu, decidi que, se quero mesmo fazer mestrado de educação cultural, tenho que ler esses 10 caras pelo menos.

Andando mais um pouco, em umas outras grades, encontramos outra apresentação, dessa vez sobre a água no Brasil, e as diversas formas e relações, principalmente informais, que os brasileiros tem com a água. Desde às secas e a difuculdade de se consgui-la no interior do nordeste às marés altas de santarém.

Foi incrivel ver em Strasbourg trabalhos universitários sendo expostos como esses.
Enfim a próxima parada foi atravessar o rio, mas nesse momento eu já estava fascinada pela cidade. Todo mundo andando de bicicleta pra lá e pra cá, ciclovias, gente simpática pela rua.
Ao meio dia mais ou menos chegamos a catedral central da cidade, feita em arenito, pedra rosada em abundancia na região, não diria ser minha favorita.

Na catedral tem um relógio astronômico, muito, muito antigo, que por sorte uma vez ao dia, ao 12:30, faz uma apresentação. Depois de apreciar o relógio subimos os 66 metros da catedral numa torre circular, foi díficil, mas a vista da cidade lá de cima valeu a pena.
Depois desse passeio turistico os danas foram lavar roupa na lavanderia e nós fomos atras de um sorvete.

Achamos um lugar muito fofo e assim descobrimos a parte mais lindinha da ilha, passeamos um pouquinho de mãos dadas, pelas ruelinhas com casinhas de estilo alemãs, ai que graça. Ai encontramos uma eclusa, vimos um barquinho subindo para o lado mais alto e continuamos o passeio pela beirada do rio, num caminho bem agradavel que imagino fora das férias ficar cheio de estudantes lendo, estudando e passando o tempo ( na minha visão bem ingenua do mundo, na visão do victor, os estudantes devem ficar ali fumando e bebendo).

Pegamos o bateau mouche para fazer o percurso entre os rios e assim fazer um tour para conhecer a cidade. 

Adorei o passeio de barco, principalmente porque não tem um guia de verdade, são fones com uma gravação, mas são 11 canais diferentes, em francês, alemão, alsaciano (dialeto local que mistura francês, alemão e holandês), em esperanto (?), em inglês e em kids !!! ouvi em kids, o capitão era um pirata e seu papagaio era a coco e com mais dois irmãos aprendi e me aventurei na história da cidade. Foi de mais. Com eles também aprendi que babord é o lado esquerdo do barco e tribord é o lado direito. Passeamos pelos pontos mais interessates da cidade até chegar ao parlamento europeu, um prédio bem modernoso, e também pelo prédio da emissora de tv arte, minha mais nova missão de futuro emprego, quando vier morar aqui.

Depois do passeio retornamos a pé ao hotel por um caminho alternativo, fomos beirando o outro lado do rio, por onde passamos de barquinho, até o parlamento, lá entramos pelo parque orangerie e chegamos chez nous.