"La Corneille Noire, é onde eu conto minha vidinha pacata de andanças, estudos, passeios e prazeres por Paris."

segunda-feira, 25 de abril de 2011

babord et tribord


A primeira manhã em Strasbourg, minha ansiedade em ver a cidade, os rios, que enquanto caminhavamos em direção ao centro, qualquer paradinha era um súplicio, por mais lindo que fosse o entorno. Até que uma hora respirei e susseguei. Nosso hotel é próximo ao parque orangerie, e no outro sentido, antes de chegar ao rio, são os campus universitários. Foi muito interessante que ao redor do jardim botânico, que estava fechado, tinha uma apresentação sobre os 10 pensadores sobre educação mais importantes do mundo. Essa apresentação estava sob a grade do parque e cada pensador tinha uma foto sua em estilo “cut out” e contava um pouco sobre sua história. Entre eles estava Paulo Freire, nós ficamos felizes e orgulhosos com isso. E eu, decidi que, se quero mesmo fazer mestrado de educação cultural, tenho que ler esses 10 caras pelo menos.

Andando mais um pouco, em umas outras grades, encontramos outra apresentação, dessa vez sobre a água no Brasil, e as diversas formas e relações, principalmente informais, que os brasileiros tem com a água. Desde às secas e a difuculdade de se consgui-la no interior do nordeste às marés altas de santarém.

Foi incrivel ver em Strasbourg trabalhos universitários sendo expostos como esses.
Enfim a próxima parada foi atravessar o rio, mas nesse momento eu já estava fascinada pela cidade. Todo mundo andando de bicicleta pra lá e pra cá, ciclovias, gente simpática pela rua.
Ao meio dia mais ou menos chegamos a catedral central da cidade, feita em arenito, pedra rosada em abundancia na região, não diria ser minha favorita.

Na catedral tem um relógio astronômico, muito, muito antigo, que por sorte uma vez ao dia, ao 12:30, faz uma apresentação. Depois de apreciar o relógio subimos os 66 metros da catedral numa torre circular, foi díficil, mas a vista da cidade lá de cima valeu a pena.
Depois desse passeio turistico os danas foram lavar roupa na lavanderia e nós fomos atras de um sorvete.

Achamos um lugar muito fofo e assim descobrimos a parte mais lindinha da ilha, passeamos um pouquinho de mãos dadas, pelas ruelinhas com casinhas de estilo alemãs, ai que graça. Ai encontramos uma eclusa, vimos um barquinho subindo para o lado mais alto e continuamos o passeio pela beirada do rio, num caminho bem agradavel que imagino fora das férias ficar cheio de estudantes lendo, estudando e passando o tempo ( na minha visão bem ingenua do mundo, na visão do victor, os estudantes devem ficar ali fumando e bebendo).

Pegamos o bateau mouche para fazer o percurso entre os rios e assim fazer um tour para conhecer a cidade. 

Adorei o passeio de barco, principalmente porque não tem um guia de verdade, são fones com uma gravação, mas são 11 canais diferentes, em francês, alemão, alsaciano (dialeto local que mistura francês, alemão e holandês), em esperanto (?), em inglês e em kids !!! ouvi em kids, o capitão era um pirata e seu papagaio era a coco e com mais dois irmãos aprendi e me aventurei na história da cidade. Foi de mais. Com eles também aprendi que babord é o lado esquerdo do barco e tribord é o lado direito. Passeamos pelos pontos mais interessates da cidade até chegar ao parlamento europeu, um prédio bem modernoso, e também pelo prédio da emissora de tv arte, minha mais nova missão de futuro emprego, quando vier morar aqui.

Depois do passeio retornamos a pé ao hotel por um caminho alternativo, fomos beirando o outro lado do rio, por onde passamos de barquinho, até o parlamento, lá entramos pelo parque orangerie e chegamos chez nous.

domingo, 24 de abril de 2011

primeira guerra - 17.04.1917


Achei que iria acordar com a perna formigando de dor pós bicicleta, mas não, acordei super descansada.

Fizemos check-out e rumo à estrada. A previsão do dia era passarmos por cidadezinhas fofas até chegarmos em Strasbourg. A primeira parada era verdum, cidade onde ainda se encontram cenas de um front abandonado e tem um museu da primeira guerra. Mas já de cara na estrada encontramos um celebração estranha. Soladados da primeira guerra e enfermeiras, fantasiados, faziam uma pequena homenagem a uma batalha do dia 17 de abril de 1917, hoje, é que ali, na beira da estrada, tinha um memorial. Foi interessante ver umas pessoas emocionadas e essa ceninha, discurdo e tal.

Um cara com um bigode de ilustração de livro, genial nossa primeira parada, apesar do sofrimento todo que foi a guerra. Continuamos um pouco o caminho e paramos novamente num cemitério onde 30 mil soldados que participaram dessa mesma batalha estavam enterrados, uma imagem triste, todas essas cruzes pela estrada. Encontramos mais 2 ou 3 cemitérios desses pelo caminho.







Em verdum, vimos os muros antigos da cidade. Essa região que percorremos, faz parte da lorena, que junto com a alsácia, fazem parte de uma região que sofreu muito, ora pertencendo a França, ora a Alemanha, por vários motivos, estratégicos principalmente. A região tem grandes traços de arquitetura alemã, mas atividades predominantemente francesas, como vinho. E tem dialetos próprios, o alsaciano, uma mistura, alemão, francês e holandes.

Almoçamos por lá, e de sobremesa tomei um café gourmand, o melhor café que já tomei, que acompanha uma bolachinha de canela, um mini bolinho de canela, um mini bolinho de laranja, um macarron de frutas vermelhas, um mini sorvetinho magnum e um potinho de chantilly, fiquei fã do café gourmand. E como não tinha mais muito pra ver ,na cidade, fomos embora logo em seguida.

Continuamos num caminho lindo passando por vilinhas fofas, sempre com jardins bem cuidados. O tempo também voltou a melhorar e já estou até vermelhinha de sol.
Uma coisa bem interessante é que dirigimos sempre por estradinhas vicinais, não pedágiadas e uma coisa que descobri é que nas entradas das cidades pequenas sempre tem um radar para você diminuir a velocidade, mas os radares são especiais, tem uma carinha smile, então quando você vem numa velocidade superior a permitida a carinha smile fica triste : ( ai conforme você vai diminuindo a velocidade a carinha smile fica feliz : ) – não consegui fotografar nenhuma carinha até agora .... : (

A próxima parada foi Saverne, onde queriamos visitar o Château Haut-Barr. Um castelo construido incrustado numa pedra de arenito, de tom avermelhado, característica da região. Esse castelo fica no alto de uma colina, e parece mais um forte, ou foi meio que transformado nisso na época da guerra. E lá de cima percebemos como ele e a região são estratégicos, lá do alto consegue-se ter uma visão 360º muito ampla do seu entorno, (em dias de céu limpo é possível enchergar os apes- diz nosso guia) e avistar além da fronteira com a alemanha, quem possuísse esse ponto, poderia se posicionar muito bem, para uma batalha, vendo de longe a chegada de tropas. Incrível como esse tipo de lugar, e valor histórico que carregam, fazem-nos pensar esse tipo de coisa. “Posicionamento estratégico”.
A noitinha chegamos em strasbourg, num hotel lindo ****. Terminamos a noite por aqui mesmo. Colocando os blogs em dia.




 17.04.2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Champagne de bicicleta


 Passeio de bike, estava mega empolgada para o passeio do dia, andar de bicicleta pela região e nós andaríamos de tamdem, aquelas bicis de duas pessoas, até cair na decepção do victor não ter gostado da idéia.
Ok, quatro bicicletas! Lá fomos nós fazer o caminho das vinículas, saímos de Epernay sentido a Choully, escolhemos o trajeto mais fácil de 30 minutos, mas fizemos em 3 horas, mais duas paradinhas para pique-nique.
A rota em tese começava fácil, saiamos de Epernay pela rue champagene, onde ficam as grandes caves, que é tranquila, mas tem uma subidinha de matar... chegamos na estrada e eu já não aguentava mais. E os barulhos dos carros me deixavam um pouco assustada e com medo. Paramos para descansar num point no meio da estrada num campo lindo, com uma plantação bem caracteristica da região, vemos por todo canto, mas não sabemos do que é, mas ela dá uma flor linda amarela, e as vezes quando se olha no horizonte se vê campos verdes e campos amarelos, uma graça.





A ana tirou fotos no meio do campo. Continuamos o caminho e foi tranquilo, a estrada é uma parte bem rápida e plana,  e o medo passou chegando em Choully, se vê no chão desenhos de uvinhas idicando o caminho aos ciclistas, existem várias rotas diferentes, nós ficamos só pelos vinhedos de lá, campos e mais campos de uvas chardonnay, a uva que dá a elegancia à champagne. As parreiras ainda estavam bem pequenas e o campo em que estavamos era communal, pelo que entendemos era um campo de todos, uma espécie de horta comunitária de uvas.
Tudo que as subidas nos exauriam fisicamente, as descidas e a paisagem eram recompensadoras. Cheguei a pensar, já de outra maneira, que as subidas são como as criações: difíceis, longas, requerem trabalho. Enquanto a descida é a destruição: prazer imediato, acaba rápido, requer o recomeço de uma nova subida. Assim como o amor. O victor, no entanto, é tudo para mim, subirei os morros mais altos para que ele possa descê-los. E subirei outros, cada vez mais difíceis, seja por uma fração de segundo do prazer que é vivermos juntos. 
Após algumas subidas e descidas e várias uvinhas no chão, pensei que deveria fazer um guia de pequenas viagens, como essas que estamos fazendo, dando dicas e facilitando a vida das pessoas, então resolvi fotografar coisas que parecem despercebidas, mas podem ajudar na hora de decisão de passeios, como essas sinalizações especiais para tours de bicicleta que não tinhamos visto em guia nenhum.
Na ultima das pausas entre os vinhedos decidimos que na próxima pracinha que achássemos fariamos nosso pique-nique. Entramos na pequena vila de Choully e avistamos a igrejinha, pensamos, com certeza em frente deve haver uma pracinha, realmente tinha uma pracinha, mas a igrejinha era dentro do cemitério, foi engraçado nosso pique-nique ali, mas os velhinhos que passavam por nós estavam adorando, passavam dando bonjour! Et bon apetite!



Terminamos o passeio querendo dar um mergulho na piscina. Mas não foi o que aconteceu.
Voltamos pra Reims, deixamos os danas no hotel. E nós fomos para o fim das festividades do bonde. Jantamos num resto gostosinho, assistimos uma banda de jovens tocando no centrinho, e do carro vimos os fogos, que eu já nem tava mais acreditando que fosse rolar. Foi lindo!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Chamam ela de viúva..


Acordamos em reims, e às 10h30 já tinhamos compromisso marcado na Veuve Clicquot. Fizemos o tour da La Grande Dame, ou algo parecido, foi um tour de uma hora e meia,  em francês, explicando desde a origem da fábrica e da marca, até a visita às caves, e os processos de envelhecimento dos champagnes, as diferentes uvas, os tipos de solo, a umidade exata do solo da região, as essências,  até a degustação final! Tomamos une grande dame de 1998, muito diferente dos outros espumantes que já provei. Com um odor de ervas e fermento e alcool que eu não consegui identificar. Tomei uma tacinha caprichada... foi bem gostoso. O mais interessante foi ter conseguido compreender mais de 80% do tour e ter feito um novo vocabulário em francês... O victor não entendeu muito, mas nós conseguimos traduzir um pouco na hora, mas a guide falava muito e muito rápido.

Outro ponto importante é que a última boa safra de champagne foi em 2004, de lá pra cá os  verões tem sido muito secos e com pouca chuva, eles esperam que esse ano chova muito e a safra de 2012 seja boa. É o maior período, desde a criação, sem uma boa safra. É crianças o aquecimento global pode ter chegado mesmo e está prejudicando até as champagnes...





Pós tour, fomos a Epernay, cidade vizinha, onde se concentram a maior parte das vinherias/champanherias. Fomos conhecer a Moët Chandon, que produz a Dom Perrignon, champagne mais cara do mundo, mas não fizemos o tour, andamos um pouco pela cidade e decidimos que no dia seguinte faríamos um passeio de bicicleta pela região.
Voltamos a Reims e fomos conhecer o centro da cidade. Estacionamos o carro e fomos caminhando, uma cerejeira linda perto da catedral nos chamou a atenção, uma chuva de pétalas, que o vento nos proporciona é muito lindo, parece confete cor de rosa. E fiquei um pouco na dúvida, essas cerejeras japonesas rosas e as vezes brancas, são também chamadas de sakura?

A catedral de Reims é muito importante, é uma das maiores da França, onde todos os reis franceses foram coroados, inclusive um deles com presença da Joana D’arc. Os vitrais da catedral também são importantes,  obras de chagall, mas, na época do domínio nazista, a catedral foi arrebentada e muitas partes foram reconstruídas, eu não sei, por exemplo, se o vitral do chagal foi abençoadamente preservado nos ataques ou se é posterior, na fase de reconstituição do original. De qualquer forma é linda. Mas enquanto íamos, vagarosamente, eu e ana, tentando achar os significados mitológicos das esculturas encrustradas nas pedras da catedral, eis que o victor diz: “Vocês não viram isso?” e olhamos pro alto, eis que vemos uma aranha gigantesca, metalizada e toda articulada apoiada à lateral de uma  das torres da catedral com um guindaste dando apoio também. Bizarro! O que seria aquilo????



Ficamos na dúvida porque não tinha nada indicando aquela aranha gigantesca. Entramos na catedral e eu perguntei para o vendedor de souvenir, o que era aquilo pendurado. E então soube de tudo! No dia seguinte seria inaugurado o primeiro bonde da história da cidade, e a aranha fazia parte das celebrações, que durariam o dia inteiro e finalizariam com fogos de artifício. Amei ! e entendi tudo em francês e ainda comentei “bizarro né?”, ele fez aquela cara de incrédulo e me respondeu, c’est comment ça, é assim que é... abrindo o olho e levantando os ombros...

Vimos o pôr-do-sol por ali, a luz entrando na pela grande rosácea... ficamos por lá apreciando a aranha e o alvoroço da cidade.




quarta-feira, 20 de abril de 2011

Le Voyage


Chegamos a cidade de Dijon, onde encontramos os Danas, às 12h05, num trajeto bem fofinho que fizemos, de costas no trem, ai que tontura...
Passeamos com eles por ali, já estavamos morrendo de saudades uns dos outros, eles nos contaram todos castelos e jardins bonitos que visitaram por ai e eu contei todas minha atividades em paris e a história do “morto do metro”.

Dijon foi vista em uma hora mais ou menos, sua maior economia, peutêtre, seja da mostarda, os danas compraram 2 potinhos de tipos diferentes  para nós, a da ana é mostarda com mel pra fazer o molhinho especialidade dela e a do dan é com ervas e tal. Mas a lojinhas tem mil outros tipos, como com pistache, queijo bleu e nozes, cassis, etc. Se nós nos apaixonarmos por elas, descobrimos que encontramos a mesma lojinha em paris, mas sem as mostardas frescas, pena, porque a que eu mais gostei foi a mostarda dijon em pequenos grãos ainda, nós podemos experimentá-las lá, que é mais leve e suave e vem em lindas embalagens de cerâmica, mas são sem conservantes e não nos valia a pena...
E a arquitetura da cidade, mais relevante são seus telhadinhos com texturas e cores interessantes que formam diferentes geometrias. 






Também tem uma coisa que eu gostei muito. Eles tem uma corujinha como mascote da cidade e umas flechinhas douradas, talhadas no chão, com o desenho da corujinha, indicam caminhos turísticos pela cidade. Nós, para meu desagrado andavamos sempre na contra-mão da corujinha...

Almoçamos por lá e o victor teve sua primeira refeição francesa! Menu por 11 euros. Ele estava incrédulo que comeríamos entrada, prato principal e sobremesa por esse valor, nem que, nós, para economizar só bebíamos água, porque era de graça. Mas no final entendeu que era isso mesmo, entre: fois a gras, plat : steack et frites et  dessert: tarte au cerise! Para minha alegria o minimo francês do victor, serve para ele se virar direitinho, fiquei orgulhosa.

De lá, os danas tinham me preparado uma surpresa, uma visita à fábrica da vaquinha que ri !!!!!!! AAAAAHHHHH !!! Ficava a uma hora de lá. Fomos, passamos por umas cidadezinhas minis, bem charmosas, foi bem gostoso, a fábrica foi meio decepcionante porque chegamos atrasados e só pudermos ir na lojinha, não fizemos a visita, eu não vi nenhum boneco da vaca... mas teve uma coisa legal, tinha uma máquina tipo caça-niquel que você jogava e caia queijinho! Ai, assim, experimentamos uns sabores diferentes de jambon, bleu, tomate...
E compramos mais para fazer lanchinhos!!!

                                    (mico)        


*Para quem não sabe, a vaquinha é vermelha e sorri. Esse ano ela comemora 90 anos e tem embalagens comemorativas com imãs de geladeira que eu estou colecionando! Os queijinhos são tipo polenguinho, mas, mais gosotoso em formato triângulo.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A Chegada

Quarta-feira, eu já estava desde sexta passada, dia 8, sozinha em Paris, foi bom, foi bom, mas estava naquela agonia há uns cinco dias, conversas no skype, a nova internet “michico” não falhou, já estava com saudades dos Danas. Aliás, conversei mais com eles no msn do facebook do que com minha familia pelo skype...
Na sexta, fiz um passeio bem agradável com a Luiza. Fomos ao Butte-chemont, um parque próximo aqui de casa, lindo, com um laguinho circundando, uma ponte, uma noiva fazendo book, e de repente ouço um “camila...” gisus, penso eu, era o Yofuk, o turco da minha sala.  Primeiro dia de férias e eu encontro o turco... enfim, eu e luiza, demos uma volta com ele e depois abandonamos ele por ali...
Eu já quis ser amiga dele, mas duas coisas são complicadas. Uma: ele fica colando nas provas e eu fico triste porque a prof. Lyon faz de tudo para ajudá-lo; dois: ele já tá aqui a 8 meses e não fala quase nada de francês por falta de vontade... ai acho chato falar em inglês...
Queriamos ir num bar que tem ali e chama Rosa Bonheur, mas parecia parque de diversão, fila com grade de metal pra conseguir uma vaga. Jamais...
No dia seguinte, foi a vez de sair pra passear com a Luana, fomos revelar as fotos da minha máquina Lomography, que ficaram incriveis, sairam só 6 mas ficaram incriveis... fotografei com um negativo croma e as cores ficam ASSIM, sabe?
Passaram-se mais 3 dias eternos de tarefas cotidianas e medíocres em paris, que eu adoro, ir na lavanderia lavar roupa, comprar livros na livraria, fazer compras no super, estudar, fazer lições de férias, cozinhar só para mim... fiz umas rabanadas que foram um sucesso...
Até que enfim a quarta-feira chegou! E eu deixei pra última hora, buscar os bilhetes de trem, da nossa viagem, então resolvi fazer isso antes de ir buscar o victor na gare du nord, demorou um pouco mais do que o previsto e o avião do Vic chegou um pouco antes do previsto. Resultado: eu me atrasei um pouquinho para recebê-lo...
Nosso primeiro encontro foi bem estranho nos primeiro minutos, eu e ele ali na gare du nord, a gare que já é tão minha conhecida e o victor, que nunca esteve em paris... durou pouco o estranhamento e eu já comecei a falar, tagarelei até o fim do dia. O trajeto foi o seguinte, deixamos as malas em belleville, e de lá andamos pelo canal st. Martin até a bastilha, o canal meio que deixa de existir e passa a ser canalizado com uma praça imensa por cima. Na chegada a Bastillha entramos a direita e fomos caminhar pelo Marais, fomos na casa do victor hugo que é um museu gratuito e bem rapidinho de se ver, e tem uma vista linda pra praça. O dia estava meio nublado, meio frio, gostosinho para nossa caminhada que começou as 16 hs. Por ali o victor comeu um falafel e tomou uma limonada, no mesmo lugar que nós já tinhamos ido com a Laurinha, aquele do guardanapo em forma de estrelinha de davi. O victor amou o marais, foi o que ele mais gostou, além do pompidou, que ele também amou e  eu fiquei feliz porque lá é um dos meus lugares preferidos de Paris.
Do marais, caminhamos pela rue rivoli, até o hotel de ville, lá ele viu o pompidou, e resolvemos ir até lá, a fonte estava funcionando, mas estava estranhamente muito vazio, alias Paris toda estava vazia, tá todo mundo de férias, viajando por ai...
Continuamos o trajeto seguinho até a notre dame, atravessamos o sena, depois passamos na shekespare and co. , e subimos pela blv. Saint jacques até o Pantheon, lá entramos a direita e fomos ao jardin du luxembourg, sentamos por ali, perto das tulipas rosas e lilás, e ficamos um pouquinho descansando, conversando e apreciando a vista, mas não foi o que eu queria, falo tanto do parque pra ele, e o parque hoje estava completamente inutilizado, sem crianças, triste... a noitinha começou a chegar e resolvi terminar o tour passando pela torre e indo a montmartre, andamos mais um pouco pela rua vavin, que é bem petica, mas me leva até a escola de fonética, mostrei a ele a escola, pegamos o metro, queria passar pela linha 6 pra ele ver a torre e depois pegariamos a linha 2 até a sacrecoeur... até ai tudo lindo, vimos a torre do metro de superficie, escutamos sanfonas e trompetes, até que de repente um mendigo bebado que estava “dormindo” nos bancos do metro, puff, cai duro no chão do trem, La Peur!
Passamos por uns momentos tensos achando que o fulano tinha morrido. Logo chegou gente e começou a cutucá-lo até ele acordar e conseguirem retirá-lo de lá, mas ai já tinha chegado a minha estação...
Eu fiquei meio com aquela sensação de pedir desculpas ao victor, tipo dar explicações, como se Paris já fosse a minha cidade, e falava: “não,... mas não é sempre assim viu, isso nunca me aconteceu no metro antes, calma...”. Talvez ela já seja a minha cidade.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Au Revoir Alberta – Bienvenues à Belleville.

Sábado de sol. Já tinha a dica da Katherine, amiga da ana, que sábado faria 24º aqui em Paris, combinei um piquenique com a Luiza e lá fomos nós de cestinha para o Jardin du Luxembourg. Eu fui de vestidinho sem meio made coisas da sonia me sentinho no verão paulista, só eu assim, mas juro que passei calor, fez um super sol de derreter nossos mini ovinho de kinder…







 
Tinhamos um lençol azul, vinho cotê du rhone, azeitonas, geléia, queijinho de cabra, vaquinha que ri, presunto cru e A BAGUETE da “Adélia”. Foi delicioso, um papo descontraido, beber no parque, devoraramos quase tudo e quase quatro saimos de lá pois eu tinha um rendez-vous para visitar um apê em belleville que eu não estava muito animada. Encontrei os danas na saida de belleville, encontramos o Marlio,  “dono” do apê e fomos lá visitá-lo. Adoramos! É super petit, mas tem um sofá cama em baixo e uma escadinha (que eu preferia que fosse escorregador) para a cama de cima, que não tem cama, mas eu trouxe o supercochão de ar da andrea e estou instalada lá até o fim do mês.
Resumindo abandonamos a alberta, demos tchau para o michel e viemos para belleville. Almoçamos no “tripletes” ontem, mas não demos muitas estrelinhas para a comida de lá, muita essencia no crème brûlle e jantamos no restô “totalement à lést” perto da gare do l’est, da nossa antiga casinha. Esse é um restô que sempre passavamos em frente, achavamos lindo, com lampadinhas verde, azul e vermelhas que ficam piscando na fachada, mas nunca tinhamos ido, fomos, enfim, comemorar o fato de não termos ido pra rua e sim pra um studiozinho…
A parte mudança foi um caos, malas pra lá e pra cá no metro, fazendo baldiação em stalingrad (linha 5 para linha 2) e escadas a torto e a direito, no fim depois de tries viagens conseguimos (a última foi só porque esquecemos a chave do michel no novo apê) mas valeu pela pizza no “totalement l’est” , pela cerveja branca e pelo humor do garçon…

No dia seguinte: acordei quebrada, fui lavar roupa na lavanderia e descansei.

Primeiro de Abril


Sexta-feira cansativa e “homeless” (lu como é mesmo aquela sigla dos sem endereço aqui de Paris?) acordamos mega cedo para “nós”, às oito horas, e fomos, sonolentos, rumo ao metro. Primeiro dia do mês, aquela fila para carregar passe navigo na gare de l’est, enfim vencemos a primeira etapa e fomos até a Bastille. Tinhamos que ir lá para resolver questões da validação do nosso visto e tirar nosso titre de sejour, que na verdade é um selo que colam no nosso passaporte, e para nós, chama OFFI.
Chegamos cedo nesse escritório e fomos bem atendidos, nos explicaram quais documentos eram necessários e tinhamos que xerocopiar alguns deles, eu muito esperta, esqueci o passaporte, o mais importante, porque um dia antes tinha guardado em outro lugar para não perder… ai ai ai
Enquanto os danas foram fazer as cópias eu voltei pra casa peguei o passaporte, fiz cópias, levei para o escritórios novamente e reencontrei-os na starbucks.
Estavamos deprê com a não solução de um apartamento, estavamos decididos a ir para um hostel nos próximos dias e eu iria para a casa da luiza junto com as malas e depois para o hostel.
Enfim, as 11 e meia resolvi ir pra aula e chegar atrasada. Fui, não me lembro mais se foi boa ou não, talvez, corrigimos as provas, essa parte foi importante. De lá encontrei o Bruno Carmelo em Paris 3, perto dali, para conhecer a faculdade de cinema, ver as matérias e a partir dai pensar numa idéia de mestrado. Tive algumas, os danas me ajudaram, mas não consegui concretizar ainda de fato, a idéia final. Mas as aulas parecem muito interessantes!
Fiquei conversando um pouco com o bruno, mas depois ele precisaria estudar e eu não quis atrapalhar. Recebi uma mensagem da ana, eles estavam no cinema da BNF (biblioteca nacional), fui à pé encontrá-los, eram em tese 3 estações de metro com baldiação, mas acabei andando uns 40 minutos, que foram ótimos para refletir sobre o estado “homeless” que estavamos.
Cheguei lá e fizemos mais uma horinha, conversamos, vimos a lojinhha fófis, quero voltar lá para comprar um presente para o Vi…



Fomos assistir “tous les soleils” com o Stéfano Acorsi, ator italiano que eu amo, o filme foi super leve e divertido. Nós conseguimos entender bastante do francês, algum vocabulário ou outro falta, mas é assim que tem que ser… eu sai superbem do filme, até quero ver de novo. Mas o mais incrivel, é que o filme se passa em Strasbourg e nós iremos para lá nas nossas férias de Pascoa. Estou animadissíma com essa viagem depois do filme.
Saimos e ainda estava um dia lindo, super claro as oito da noite, um solzinho se pondo…
Fomos pra casa e eu comecei a arrumar as malas :(

Rue Jarry

Em  clima de despedida da nossa pequena, mas aconchegante casinha, que moramos esses quase 2 meses! Fiz esse post em homenagem, por aqui passaram, nossos hospedes André e Ju, nossas visitinhas, Fischão, Paula, Luana, Luiza, Adélia e Julia...
Várias coisas aconteceram naquela pacata ruela. O último grande evento foi um tipo se superbowl árabe. Em baixo do nosso prédio tem dois mercadinhos, um árabe e um paquistanês, um em frente ao outro. E dentro tem uma tv mambembe dentro deles. Um dia de manhã, eu e a ana saimos pra aula e ouvimos, ainda descendo as escadas,  "eeeeeeeeeahhhhhhhhhh... " eu disse, gol, a ana, ou discurso de presidente.
Chegamos na rua, aquela galera, tinha até um cordãozinho azul separando a calçada da rua de tanta muvuca por causa desse jogo. no mercadinho árabe a bandeira da Libia estendida!
(descobrimos que era baseball alguns dias depois)


 meu corvinho observando a torcida...
 a galera em frente ao nosso prédio, só faltam os saladinhos....
uma cena típica, quem não tem frigobar usa a janela de geladeira...


é isso é paris...

e no mesmo dia, pra não deixar nossa despedida pacata, eis que estava há horas no computador, olho pro lado, a alberta toda poderosa passeando no tapete da sala, a olhos nús, bizarro, foi aquele auê todo, porque ela fugiu pra debaixo de sofá, no fim, mais a noite a ana viu ela retornando pra geladeira.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Minhocão Verde


A Ju, amiga da ana que passou uns dias aqui conosco já tinha nos avisado sobre uma passarela verde que tinha perto da bastille, nós ficamos de ir visitar, mas ainda não tinhamos conseguido ir. Então o passeio do dia, era esse.
Começamos visitando a livraria inglesa na rue de rivoli que o dan queria ir, eu e a ana ficamos pesquisando sobre a croácia que é onde queriamos passar as férias de pascoa, depois conversando no mesmo dia resovemos que deveriamos conhecer mais o interior da frança, já que estavamos aqui. Vai ser isso então, região de champagne e alsácia e lorena (os danas vão antes para o vale do loire e dijon) eu ficarei aqui esperando o victor chegar!
Estava uma garoinha chata e nós tinhamos combinado de encontrar a Luiza para almoçar um falafel no marais, no fim a Luiza já tinha almoçado e nós fomos comer o falafel, mas domigão aquela fila, acabamos comprando um qualquer e fomos comer na pracinha da casa do victor hugo.
De lá, nos encontramos (com a Luiza) na praça da Bastille e fomos para a passarela que se chama promenade plantée. Como a Ju já tinha nos avisado, a passarela era um antigo caminho de trem elevado que passava no meio da cidade e inclusive de uns prédios, deixando-os com um ar meio cortiço, mas ela foi desativada no inicio do século XX e transformada nessa gostoso passeio. Ela vai da bastilha á periph ( auto estrada que circunda as bordas de paris – tipo nosso rodoanel, mas tipo porque o nosso nem pronto num tá) deve ter uns 8 km imagino. É uma idéia que entra bienal sai bienal sempre tem um projeto desses para o nosso minhocão, eu sempre sou contra porque acho charmoso a decadência da barra funda e amo o filme “elevado 3.5”, mas como eu, imagino que se aqueles moradores do filme que amam o minhocão como é, irão ser a favor de uma repaginação do local...
Nos tiramos várias fotos por lá, ficamos encantadas, eu usei a lomo para fazer umas experimentações, agora só falta revelar o filme (luana, vamos, essa semana?), a luiza ficou toda toda usando a camera nova e ana arrasando nas fotografias, já o dan ficou torcendo pra uma criancinha cair de patins e ele fotografar, e o menininho caiu e ele fotografou.
Andamos um pouco pelo caminho, estava sendo super usado pelos parisienses locais, nós descemos na gare de lyon e fomos procurar um café para nos esquentr o tempo estava meio friozinho ideal para um chocolate quente.
Acabei tomando um café creme e comendo um fondant au chocolat... nhami.
Ficamos por lá batendo um papinho, era véspera de aniversário da Luiza, já de noitinha fomos eu e ela ver um cineminha no mk2 do quai do loire, assistimos “ma parte du gateau” do cedric kaplish. O primeiro filme francês que fui ver no cinema, fiquei meio na dúvida, mas consegui assistir o filme tranquilamente sem legendas, um vocab ou outro de finanças e bolsa que talvez eu não soubesse nem em português. Eu curti o filme, achei bem diferente do que esse diretor já nos apresentou antes, mas faltou um quê, não era um filme tão alternas assim pra acabar como acabou, nem divertido suficiente para me agradar 100%. Gostei muito da atuação da atriz francesa que eu não conhecia e das consequencias que a crise provocou aqui na frança.

27-3-2011
*as fotos foram tiradas em máquina Diana F+ estou aguardando a revelação, depois scaneio e posto