"La Corneille Noire, é onde eu conto minha vidinha pacata de andanças, estudos, passeios e prazeres por Paris."

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A caminho do norte!


Na quinta-feira acordamos cedo e iamos para Lille, passando por Metz, capital da Lorena, ao norte de stras, e por Luxembourg, aquele principado entre a França, a Bélgica e a Alemanha.

Chegamos em Metz por volta do meio dia para almoçar. Passeamos um pouco pela cidade, calçadas largas, mesinhas de cafés nas praças. Bem típico da região e parecido um pouco com o que tinhamos visto. Exceto que as construções não tinham mais a caracteristica avermelhada dos arenitos da alsácia, aqui a cidade é bege, de pedras beges foram erguidas as grandes construções da cidade.

Fizemos um almoço bem leve e francês, salada e croque madame e vinho branco da casa. Andamos um pouco, mas com pouco tempo e sem muitas informações dali. A ana amou, eu, como diziam eles, não estava nos meus planos amar a cidade, talvez não estivesse mesmo.
Próxima parada Luxembourg. Chegamos ali e foi tudo meio bizarro, não sei se gostei ou não, estava cansada e com calor, eu esperava mais um Palácio de Versailles do que o encontrado. O que vimos foi bem belo, sintuoso, longas construções em meio a um vale, pontes de estruturas altas, torres, meio castelos, não entendi muito bem a idéia do lugar. Estacionamos o carro e andamos um pouco pelo local, eu parei num mirante e desenhei a vista, o vi e a ana, se aventuraram um pouco por ali.

Eu fui presenteada por uma joaninha, que entrou no meu desenho e só foi embora quando eu acabei. Fofinha.

 Jornada foi mais carro que cidade, cansativo. Chegamos em lille bem tarde, quase escurecendo. e nada aberto aos arredores para jantarmos. Mas o hotel é Art Nouveau. A-d-o-r-o! Ah mais uma coisa legal, mas insiginificante, visitei a Bélgica de carro, mas não stoppamos em nenhum ponto.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A rota do vinho


No dia seguinte acordamos cedo para o café, nosso hotel tava bombando de gente, foi dificil conseguir uma mesa para nós 3.

Saimos rumo ao sul de strasbourg, a primeira parada era uma cidadezinha chamada “Neuf-Brisach” em forma de estrelinha. Essa era a idéia de visitar essa minuscula cidade murada, o formato em estrelinha. Onde mais acharia uma cidade dessas??? Demais!  Demais teria cido vê-la voando de helicoptero, como o orçamento não permitiu passeamos pela pracinha central, em forma de quadrado, bem sem gracinha, sem jardim, sem canteiro, acimentada com banquinhos ao redor da igreja, bem interior paulista. Depois fomos até uma das pontas da estrela, mais ou menos a 70 metros do centro da praça (a cidade é bem pequena mesmo) na porta Belford. É interessante porque após o muro que “estréla” (não posso dizer circunda, porque não é redonda)a cidade tem uns jardin por fora, com outros pequenos muros em formatos de estrela. A cidadela foi projetada, assim pelo estrategista militar “Vauban” que teve essa idéia para confundir possíveis ataques, e deu certo a cidade nunca foi dominada, pois as pontas formam grandes labirintos que dificultavam as estratégias de ataque inimigos. Mas como é uma cidade da alsácia, creio que também pertenceu à Alemanha.





A parada seguinte foi em “Colmar”  a cidade mais distante de Strasbourg para a rota do vinho (fica a 30 minutos ao sul). A cidade é uma graça, com casinhas de estilo germânico coloridinhas, com estrutura de madeira aparente e telhado em forma de triangulo. Adoro essas casinhas! Em Colmar também tem alguns canais, uma parte da cidade é chamada de petit venise , eu não conheço veneza, mas diria que é uma versão bem petit mesmo, mas com muito charme. 






Almoçamos por lá une tarte flambés, que é especialidade da alsácia, nada mais é que uma fininha massa de pizza com creme bechamel bem gostoso, coberta com queijo, bacon e cebola e queijo gratinado, de massa bem crocante. Para acompanhar demos para o victor experimentar uma cerveja branca, delicia! 

Demos mais umas andadas por lá e fomos ao próximo destino: Rodern! Foi díficil para nosso gps se localizar mas achamos essa cidade mini também indicada por blog que eu gosto, nem no guia tinha. Lá chegamos nós, uma rua que vai e outra que volta (de ré, praticamente) no alto de uma colina rodeada de vinhedos. O guia também indicava uma cave para irmos, mas estava meio confusa e resolvemos ir na da frente. Tocamos a campainha, eis que surge um quarentão de abrigo esportivo azul, abre a porta e pede para esperarmos ali um pouco. Ai vem uma senhora de uns 70 e muitos, com dificuldade de andar e bem gorda, e falando um francês bem dificil, meio alemão, mas foi super simpática da maneira dela conosco. Estavamos meio constrangidos porque não parecia muito normal aparecerem lá turistas, muito mais estrangeiros. No fim ela nos explicou um pouco sobre as uvas locais, e eu repassarei a vocês caros leitores.

A alsácia é conhecida principalmente pela uva pinot-noir, a mais famosa delas, cultivada também na região de champagne para essa outra nobre bebida. Apesar da pinot-noir ser uma uva roxinha, seu vinho não é tão rouge, é quase um rose. E é bem “águado” para os padrões de vinho rouge. Mas é delicioso e deve ser acompanhado de uma boa carne. Foram as instruções daquela inesquecivel senhora. Todos os vinhos produzidos nessa região são brancos, com exceção do pinot noir, que é tinto, mas quase rosé e é de colheita tardia.

Gewürztraminer:  ideal para acompanhar sobremesas, leve e fresco.
Riesling: leve, bom como aperitivo
Muscat: tem uma variedade aromática diferente e frutada, para acompanhar qualquer ocasião, segundo ela ele é bem ordinário, execelente para o dia a dia.
Pinot Gris: muito bom para servir com carne branca ou peixe
Pinot blanc: idem
Pinot noir: como já disse, ela sugere acompanhando uma boa carne.

Nós compramos uma garrafa de pinot noir e uma de Gewürztraminer que experimentamos em loco, mas já me arrependi de não ter comprado mais, mas tudo bem, se vier pra alsácia mesmo, vinho de boa qualidade não faltará.

Cidade seguinte Riquewihr. Uma linda vilinha medieval de arquitetura germanica, em uma colina rodeada de vinhedos, nossa que graça são essas vilinhas, não dá nem pra entender direito como se mantém, até hoje, tão pequenas, mas isso que é o interessante também, elas mantém detalhes de outros tempos e não se deterioraram ou cresceram desordenadamente com o tempo.





A ultima visita do dia seria um castelo medieval que fica na maior das colinas por ali, o château du haut- Koenisbourg, mas chegamos e ele já estava fechado, só pudemos apreciá-lo de fora, e ver a vista! Essa vista nos permitiu entender um pouco melhor a geografia dos vilarejos que passeávamos, pequenas colinas, cheias de campos de uvas por todo o lado, com pequenos vilarejos, muito próximos uns dos outros, cerca de 5 a 10 minutos de carro, e 15 minutos de bicicleta. Chegamos a conclusão, lá em cima, que deveriam ser pequenas fazendas que cresceram perto da casa central ou das casas dos camponeses, que trabalhavam na terra e assim estão preservadas até hoje, sendo o vinho a única produção local de quase toda a região. 

O tempo tava lindo, o céu aberto, não sabiamos mais o que era França o que era Alemanha.
De volta a Strasbourg, fomos ao cinema assistir “Pina” em 3D, mas do filme eu falo em outro post. Imperdivél, já deixo a dica.
Vimos o por do sol pelo caminho, as bicicletas em volta do rio Lill, o modernos misturado com antigo, o francês com germânico, ai como strasbourg me encanta!

*fato curioso: essa é a escaleta que fiz para não esquecer os pontos da viagem, com alterações do meu queridíssimo!, achei fofo e resolvi publicar também!
-cidade estrelinha – o victor adorou os muros do civilization
-colmar-tarte flambee – o victor é tão bom quanto uma torta flambee
-não posso esquecer de abraçar o victor com carinho
-rodern – vinhos (tipos de uva) – que vinhos o victor vai gostar?
-riquewirh-medieval alemã – pensei no victor vestido de cavaleiro medieval
-castelinho haut... o victor chorou
- preciso dizer ao victor que amo ele

Fotos de Stras...

                  a cidade vista da catedral !
         nosso almoço the sims : sorvete!
 fazendo graça
 no barquinho ouvinho a rádio kids pirata!
 minha tentativa de foto 180º da ilha de france... lugar mais lindo do mundo!
 o velhinho fofis pescando no fim da tarde... e acenando para nós
 o victor fingindo que dormia no passeio...
postando no blog do hotel de stras...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Strasbourg - parte 2


Estou atrasada com os ultimos posts da viagem e o de volta às aulas, já fez uma semana! nossa!!! 
e as fotos também posto nos próximos post. por enquanto um pouquinho mais de strasbourg!

***
Na mesma noite ( cont. do post anterior), ainda jantamos na parte antiga da cidade uma comida típica muito gostosa, de carnes e batata bem quentinha, com salada e torta de cebola. Foi bem bom, voltamos pro hotel falando em francês, eu e o victor, foi bem legal, porque por mais que o victor diga que não sabe falar, ele tem uma boa memória e desenvoltura para se comunicar.
Meio que ficamos com vontade de fazer nossa vidinha por aqui, é tudo tão organizado, e arborizado, e cheio de jovens, tem bonde igual ao de reims, mas o trasporte de bicicleta é mais que suficiente. Alugamos umas bikes hoje para fazer um passeio, e fiquei refletindo sobre meu texto anterior de champagne sobre subidas e descidas, e cheguei a conclusão que por mais forte que seja meu amor pelo victor, nada mais prazeroso que andar de bicicleta numa cidade plana. 

Hoje fizemos metade do passeio da manhã com os danas e depois do “almoço” – um sorvete – nos dividimos. Fomos a tal emissora ARTE, e me apaixonei, o almoço lá estava com aparencia divina, mas era só para funcionários, mas o refeitório dá pra rua com vista pro rio. Isso que é vida! Entrei lá e pedi pra moça da recepção um email pra enviar meu cv. quem sabe a brincadeira não dá certo?

De lá continuamos percorrendo o rio sentido contrário ao que tinhamos andado com o barquinho no dia anterior e conhecemos umas partes mais residenciais e menos turisticas, consequentemente menos bonitas, mas com outro charme.

Escolhi a rua que gostaria de morar, cheia de casinhas com flores na janela. Rue de fraises.
Continuamos o percurso dando uma volta na cidade e caindo no centro novamente, paramos no museu de arte moderna e contemporânea que tem uma coleção bem surpreendete, e é um desses prédios que eu também adoro, modernos, bem arejados, com iluminação natural e brise pra quebrar a intensidade do sol. Dentre a coleção, algumas obras imprecionaram como algumas obras do kandinsky, um sala de azuleijos apresentada por ele em alguma bienal de arquitetura de berlin. E o pensador do rodin, apesar de não ser uma grande apreciadora de escultura, o pensador estava muito bem colocado no museu a frente de uns quadro coloridos e enfileirados que agradavam muito as vistas. O probema foi quando olhamos no relógio e eram quase cinco e as bicicletas tinham que ser devolvidas as cinco lá perto do hotel. 

Foi uma correria, nos perdemos entre as ruelinhas da cidade antiga, até escada eu subi com a bicicleta na mão. Enfim as 16:55 chegamos no local. Exausta. Mas feliz, eu e o victor aproveitamos muito a cidade e tivemos muitas reflexões sobre nosso papel na sociedade e de como o capitalismo as vezes cria boas coisas, como strasbourg por exemplo. Eu gostaria de vir pra cá, o victor também, mas os dois refletem sobre o assunto.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

babord et tribord


A primeira manhã em Strasbourg, minha ansiedade em ver a cidade, os rios, que enquanto caminhavamos em direção ao centro, qualquer paradinha era um súplicio, por mais lindo que fosse o entorno. Até que uma hora respirei e susseguei. Nosso hotel é próximo ao parque orangerie, e no outro sentido, antes de chegar ao rio, são os campus universitários. Foi muito interessante que ao redor do jardim botânico, que estava fechado, tinha uma apresentação sobre os 10 pensadores sobre educação mais importantes do mundo. Essa apresentação estava sob a grade do parque e cada pensador tinha uma foto sua em estilo “cut out” e contava um pouco sobre sua história. Entre eles estava Paulo Freire, nós ficamos felizes e orgulhosos com isso. E eu, decidi que, se quero mesmo fazer mestrado de educação cultural, tenho que ler esses 10 caras pelo menos.

Andando mais um pouco, em umas outras grades, encontramos outra apresentação, dessa vez sobre a água no Brasil, e as diversas formas e relações, principalmente informais, que os brasileiros tem com a água. Desde às secas e a difuculdade de se consgui-la no interior do nordeste às marés altas de santarém.

Foi incrivel ver em Strasbourg trabalhos universitários sendo expostos como esses.
Enfim a próxima parada foi atravessar o rio, mas nesse momento eu já estava fascinada pela cidade. Todo mundo andando de bicicleta pra lá e pra cá, ciclovias, gente simpática pela rua.
Ao meio dia mais ou menos chegamos a catedral central da cidade, feita em arenito, pedra rosada em abundancia na região, não diria ser minha favorita.

Na catedral tem um relógio astronômico, muito, muito antigo, que por sorte uma vez ao dia, ao 12:30, faz uma apresentação. Depois de apreciar o relógio subimos os 66 metros da catedral numa torre circular, foi díficil, mas a vista da cidade lá de cima valeu a pena.
Depois desse passeio turistico os danas foram lavar roupa na lavanderia e nós fomos atras de um sorvete.

Achamos um lugar muito fofo e assim descobrimos a parte mais lindinha da ilha, passeamos um pouquinho de mãos dadas, pelas ruelinhas com casinhas de estilo alemãs, ai que graça. Ai encontramos uma eclusa, vimos um barquinho subindo para o lado mais alto e continuamos o passeio pela beirada do rio, num caminho bem agradavel que imagino fora das férias ficar cheio de estudantes lendo, estudando e passando o tempo ( na minha visão bem ingenua do mundo, na visão do victor, os estudantes devem ficar ali fumando e bebendo).

Pegamos o bateau mouche para fazer o percurso entre os rios e assim fazer um tour para conhecer a cidade. 

Adorei o passeio de barco, principalmente porque não tem um guia de verdade, são fones com uma gravação, mas são 11 canais diferentes, em francês, alemão, alsaciano (dialeto local que mistura francês, alemão e holandês), em esperanto (?), em inglês e em kids !!! ouvi em kids, o capitão era um pirata e seu papagaio era a coco e com mais dois irmãos aprendi e me aventurei na história da cidade. Foi de mais. Com eles também aprendi que babord é o lado esquerdo do barco e tribord é o lado direito. Passeamos pelos pontos mais interessates da cidade até chegar ao parlamento europeu, um prédio bem modernoso, e também pelo prédio da emissora de tv arte, minha mais nova missão de futuro emprego, quando vier morar aqui.

Depois do passeio retornamos a pé ao hotel por um caminho alternativo, fomos beirando o outro lado do rio, por onde passamos de barquinho, até o parlamento, lá entramos pelo parque orangerie e chegamos chez nous.

domingo, 24 de abril de 2011

primeira guerra - 17.04.1917


Achei que iria acordar com a perna formigando de dor pós bicicleta, mas não, acordei super descansada.

Fizemos check-out e rumo à estrada. A previsão do dia era passarmos por cidadezinhas fofas até chegarmos em Strasbourg. A primeira parada era verdum, cidade onde ainda se encontram cenas de um front abandonado e tem um museu da primeira guerra. Mas já de cara na estrada encontramos um celebração estranha. Soladados da primeira guerra e enfermeiras, fantasiados, faziam uma pequena homenagem a uma batalha do dia 17 de abril de 1917, hoje, é que ali, na beira da estrada, tinha um memorial. Foi interessante ver umas pessoas emocionadas e essa ceninha, discurdo e tal.

Um cara com um bigode de ilustração de livro, genial nossa primeira parada, apesar do sofrimento todo que foi a guerra. Continuamos um pouco o caminho e paramos novamente num cemitério onde 30 mil soldados que participaram dessa mesma batalha estavam enterrados, uma imagem triste, todas essas cruzes pela estrada. Encontramos mais 2 ou 3 cemitérios desses pelo caminho.







Em verdum, vimos os muros antigos da cidade. Essa região que percorremos, faz parte da lorena, que junto com a alsácia, fazem parte de uma região que sofreu muito, ora pertencendo a França, ora a Alemanha, por vários motivos, estratégicos principalmente. A região tem grandes traços de arquitetura alemã, mas atividades predominantemente francesas, como vinho. E tem dialetos próprios, o alsaciano, uma mistura, alemão, francês e holandes.

Almoçamos por lá, e de sobremesa tomei um café gourmand, o melhor café que já tomei, que acompanha uma bolachinha de canela, um mini bolinho de canela, um mini bolinho de laranja, um macarron de frutas vermelhas, um mini sorvetinho magnum e um potinho de chantilly, fiquei fã do café gourmand. E como não tinha mais muito pra ver ,na cidade, fomos embora logo em seguida.

Continuamos num caminho lindo passando por vilinhas fofas, sempre com jardins bem cuidados. O tempo também voltou a melhorar e já estou até vermelhinha de sol.
Uma coisa bem interessante é que dirigimos sempre por estradinhas vicinais, não pedágiadas e uma coisa que descobri é que nas entradas das cidades pequenas sempre tem um radar para você diminuir a velocidade, mas os radares são especiais, tem uma carinha smile, então quando você vem numa velocidade superior a permitida a carinha smile fica triste : ( ai conforme você vai diminuindo a velocidade a carinha smile fica feliz : ) – não consegui fotografar nenhuma carinha até agora .... : (

A próxima parada foi Saverne, onde queriamos visitar o Château Haut-Barr. Um castelo construido incrustado numa pedra de arenito, de tom avermelhado, característica da região. Esse castelo fica no alto de uma colina, e parece mais um forte, ou foi meio que transformado nisso na época da guerra. E lá de cima percebemos como ele e a região são estratégicos, lá do alto consegue-se ter uma visão 360º muito ampla do seu entorno, (em dias de céu limpo é possível enchergar os apes- diz nosso guia) e avistar além da fronteira com a alemanha, quem possuísse esse ponto, poderia se posicionar muito bem, para uma batalha, vendo de longe a chegada de tropas. Incrível como esse tipo de lugar, e valor histórico que carregam, fazem-nos pensar esse tipo de coisa. “Posicionamento estratégico”.
A noitinha chegamos em strasbourg, num hotel lindo ****. Terminamos a noite por aqui mesmo. Colocando os blogs em dia.




 17.04.2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Champagne de bicicleta


 Passeio de bike, estava mega empolgada para o passeio do dia, andar de bicicleta pela região e nós andaríamos de tamdem, aquelas bicis de duas pessoas, até cair na decepção do victor não ter gostado da idéia.
Ok, quatro bicicletas! Lá fomos nós fazer o caminho das vinículas, saímos de Epernay sentido a Choully, escolhemos o trajeto mais fácil de 30 minutos, mas fizemos em 3 horas, mais duas paradinhas para pique-nique.
A rota em tese começava fácil, saiamos de Epernay pela rue champagene, onde ficam as grandes caves, que é tranquila, mas tem uma subidinha de matar... chegamos na estrada e eu já não aguentava mais. E os barulhos dos carros me deixavam um pouco assustada e com medo. Paramos para descansar num point no meio da estrada num campo lindo, com uma plantação bem caracteristica da região, vemos por todo canto, mas não sabemos do que é, mas ela dá uma flor linda amarela, e as vezes quando se olha no horizonte se vê campos verdes e campos amarelos, uma graça.





A ana tirou fotos no meio do campo. Continuamos o caminho e foi tranquilo, a estrada é uma parte bem rápida e plana,  e o medo passou chegando em Choully, se vê no chão desenhos de uvinhas idicando o caminho aos ciclistas, existem várias rotas diferentes, nós ficamos só pelos vinhedos de lá, campos e mais campos de uvas chardonnay, a uva que dá a elegancia à champagne. As parreiras ainda estavam bem pequenas e o campo em que estavamos era communal, pelo que entendemos era um campo de todos, uma espécie de horta comunitária de uvas.
Tudo que as subidas nos exauriam fisicamente, as descidas e a paisagem eram recompensadoras. Cheguei a pensar, já de outra maneira, que as subidas são como as criações: difíceis, longas, requerem trabalho. Enquanto a descida é a destruição: prazer imediato, acaba rápido, requer o recomeço de uma nova subida. Assim como o amor. O victor, no entanto, é tudo para mim, subirei os morros mais altos para que ele possa descê-los. E subirei outros, cada vez mais difíceis, seja por uma fração de segundo do prazer que é vivermos juntos. 
Após algumas subidas e descidas e várias uvinhas no chão, pensei que deveria fazer um guia de pequenas viagens, como essas que estamos fazendo, dando dicas e facilitando a vida das pessoas, então resolvi fotografar coisas que parecem despercebidas, mas podem ajudar na hora de decisão de passeios, como essas sinalizações especiais para tours de bicicleta que não tinhamos visto em guia nenhum.
Na ultima das pausas entre os vinhedos decidimos que na próxima pracinha que achássemos fariamos nosso pique-nique. Entramos na pequena vila de Choully e avistamos a igrejinha, pensamos, com certeza em frente deve haver uma pracinha, realmente tinha uma pracinha, mas a igrejinha era dentro do cemitério, foi engraçado nosso pique-nique ali, mas os velhinhos que passavam por nós estavam adorando, passavam dando bonjour! Et bon apetite!



Terminamos o passeio querendo dar um mergulho na piscina. Mas não foi o que aconteceu.
Voltamos pra Reims, deixamos os danas no hotel. E nós fomos para o fim das festividades do bonde. Jantamos num resto gostosinho, assistimos uma banda de jovens tocando no centrinho, e do carro vimos os fogos, que eu já nem tava mais acreditando que fosse rolar. Foi lindo!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Chamam ela de viúva..


Acordamos em reims, e às 10h30 já tinhamos compromisso marcado na Veuve Clicquot. Fizemos o tour da La Grande Dame, ou algo parecido, foi um tour de uma hora e meia,  em francês, explicando desde a origem da fábrica e da marca, até a visita às caves, e os processos de envelhecimento dos champagnes, as diferentes uvas, os tipos de solo, a umidade exata do solo da região, as essências,  até a degustação final! Tomamos une grande dame de 1998, muito diferente dos outros espumantes que já provei. Com um odor de ervas e fermento e alcool que eu não consegui identificar. Tomei uma tacinha caprichada... foi bem gostoso. O mais interessante foi ter conseguido compreender mais de 80% do tour e ter feito um novo vocabulário em francês... O victor não entendeu muito, mas nós conseguimos traduzir um pouco na hora, mas a guide falava muito e muito rápido.

Outro ponto importante é que a última boa safra de champagne foi em 2004, de lá pra cá os  verões tem sido muito secos e com pouca chuva, eles esperam que esse ano chova muito e a safra de 2012 seja boa. É o maior período, desde a criação, sem uma boa safra. É crianças o aquecimento global pode ter chegado mesmo e está prejudicando até as champagnes...





Pós tour, fomos a Epernay, cidade vizinha, onde se concentram a maior parte das vinherias/champanherias. Fomos conhecer a Moët Chandon, que produz a Dom Perrignon, champagne mais cara do mundo, mas não fizemos o tour, andamos um pouco pela cidade e decidimos que no dia seguinte faríamos um passeio de bicicleta pela região.
Voltamos a Reims e fomos conhecer o centro da cidade. Estacionamos o carro e fomos caminhando, uma cerejeira linda perto da catedral nos chamou a atenção, uma chuva de pétalas, que o vento nos proporciona é muito lindo, parece confete cor de rosa. E fiquei um pouco na dúvida, essas cerejeras japonesas rosas e as vezes brancas, são também chamadas de sakura?

A catedral de Reims é muito importante, é uma das maiores da França, onde todos os reis franceses foram coroados, inclusive um deles com presença da Joana D’arc. Os vitrais da catedral também são importantes,  obras de chagall, mas, na época do domínio nazista, a catedral foi arrebentada e muitas partes foram reconstruídas, eu não sei, por exemplo, se o vitral do chagal foi abençoadamente preservado nos ataques ou se é posterior, na fase de reconstituição do original. De qualquer forma é linda. Mas enquanto íamos, vagarosamente, eu e ana, tentando achar os significados mitológicos das esculturas encrustradas nas pedras da catedral, eis que o victor diz: “Vocês não viram isso?” e olhamos pro alto, eis que vemos uma aranha gigantesca, metalizada e toda articulada apoiada à lateral de uma  das torres da catedral com um guindaste dando apoio também. Bizarro! O que seria aquilo????



Ficamos na dúvida porque não tinha nada indicando aquela aranha gigantesca. Entramos na catedral e eu perguntei para o vendedor de souvenir, o que era aquilo pendurado. E então soube de tudo! No dia seguinte seria inaugurado o primeiro bonde da história da cidade, e a aranha fazia parte das celebrações, que durariam o dia inteiro e finalizariam com fogos de artifício. Amei ! e entendi tudo em francês e ainda comentei “bizarro né?”, ele fez aquela cara de incrédulo e me respondeu, c’est comment ça, é assim que é... abrindo o olho e levantando os ombros...

Vimos o pôr-do-sol por ali, a luz entrando na pela grande rosácea... ficamos por lá apreciando a aranha e o alvoroço da cidade.




quarta-feira, 20 de abril de 2011

Le Voyage


Chegamos a cidade de Dijon, onde encontramos os Danas, às 12h05, num trajeto bem fofinho que fizemos, de costas no trem, ai que tontura...
Passeamos com eles por ali, já estavamos morrendo de saudades uns dos outros, eles nos contaram todos castelos e jardins bonitos que visitaram por ai e eu contei todas minha atividades em paris e a história do “morto do metro”.

Dijon foi vista em uma hora mais ou menos, sua maior economia, peutêtre, seja da mostarda, os danas compraram 2 potinhos de tipos diferentes  para nós, a da ana é mostarda com mel pra fazer o molhinho especialidade dela e a do dan é com ervas e tal. Mas a lojinhas tem mil outros tipos, como com pistache, queijo bleu e nozes, cassis, etc. Se nós nos apaixonarmos por elas, descobrimos que encontramos a mesma lojinha em paris, mas sem as mostardas frescas, pena, porque a que eu mais gostei foi a mostarda dijon em pequenos grãos ainda, nós podemos experimentá-las lá, que é mais leve e suave e vem em lindas embalagens de cerâmica, mas são sem conservantes e não nos valia a pena...
E a arquitetura da cidade, mais relevante são seus telhadinhos com texturas e cores interessantes que formam diferentes geometrias. 






Também tem uma coisa que eu gostei muito. Eles tem uma corujinha como mascote da cidade e umas flechinhas douradas, talhadas no chão, com o desenho da corujinha, indicam caminhos turísticos pela cidade. Nós, para meu desagrado andavamos sempre na contra-mão da corujinha...

Almoçamos por lá e o victor teve sua primeira refeição francesa! Menu por 11 euros. Ele estava incrédulo que comeríamos entrada, prato principal e sobremesa por esse valor, nem que, nós, para economizar só bebíamos água, porque era de graça. Mas no final entendeu que era isso mesmo, entre: fois a gras, plat : steack et frites et  dessert: tarte au cerise! Para minha alegria o minimo francês do victor, serve para ele se virar direitinho, fiquei orgulhosa.

De lá, os danas tinham me preparado uma surpresa, uma visita à fábrica da vaquinha que ri !!!!!!! AAAAAHHHHH !!! Ficava a uma hora de lá. Fomos, passamos por umas cidadezinhas minis, bem charmosas, foi bem gostoso, a fábrica foi meio decepcionante porque chegamos atrasados e só pudermos ir na lojinha, não fizemos a visita, eu não vi nenhum boneco da vaca... mas teve uma coisa legal, tinha uma máquina tipo caça-niquel que você jogava e caia queijinho! Ai, assim, experimentamos uns sabores diferentes de jambon, bleu, tomate...
E compramos mais para fazer lanchinhos!!!

                                    (mico)        


*Para quem não sabe, a vaquinha é vermelha e sorri. Esse ano ela comemora 90 anos e tem embalagens comemorativas com imãs de geladeira que eu estou colecionando! Os queijinhos são tipo polenguinho, mas, mais gosotoso em formato triângulo.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A Chegada

Quarta-feira, eu já estava desde sexta passada, dia 8, sozinha em Paris, foi bom, foi bom, mas estava naquela agonia há uns cinco dias, conversas no skype, a nova internet “michico” não falhou, já estava com saudades dos Danas. Aliás, conversei mais com eles no msn do facebook do que com minha familia pelo skype...
Na sexta, fiz um passeio bem agradável com a Luiza. Fomos ao Butte-chemont, um parque próximo aqui de casa, lindo, com um laguinho circundando, uma ponte, uma noiva fazendo book, e de repente ouço um “camila...” gisus, penso eu, era o Yofuk, o turco da minha sala.  Primeiro dia de férias e eu encontro o turco... enfim, eu e luiza, demos uma volta com ele e depois abandonamos ele por ali...
Eu já quis ser amiga dele, mas duas coisas são complicadas. Uma: ele fica colando nas provas e eu fico triste porque a prof. Lyon faz de tudo para ajudá-lo; dois: ele já tá aqui a 8 meses e não fala quase nada de francês por falta de vontade... ai acho chato falar em inglês...
Queriamos ir num bar que tem ali e chama Rosa Bonheur, mas parecia parque de diversão, fila com grade de metal pra conseguir uma vaga. Jamais...
No dia seguinte, foi a vez de sair pra passear com a Luana, fomos revelar as fotos da minha máquina Lomography, que ficaram incriveis, sairam só 6 mas ficaram incriveis... fotografei com um negativo croma e as cores ficam ASSIM, sabe?
Passaram-se mais 3 dias eternos de tarefas cotidianas e medíocres em paris, que eu adoro, ir na lavanderia lavar roupa, comprar livros na livraria, fazer compras no super, estudar, fazer lições de férias, cozinhar só para mim... fiz umas rabanadas que foram um sucesso...
Até que enfim a quarta-feira chegou! E eu deixei pra última hora, buscar os bilhetes de trem, da nossa viagem, então resolvi fazer isso antes de ir buscar o victor na gare du nord, demorou um pouco mais do que o previsto e o avião do Vic chegou um pouco antes do previsto. Resultado: eu me atrasei um pouquinho para recebê-lo...
Nosso primeiro encontro foi bem estranho nos primeiro minutos, eu e ele ali na gare du nord, a gare que já é tão minha conhecida e o victor, que nunca esteve em paris... durou pouco o estranhamento e eu já comecei a falar, tagarelei até o fim do dia. O trajeto foi o seguinte, deixamos as malas em belleville, e de lá andamos pelo canal st. Martin até a bastilha, o canal meio que deixa de existir e passa a ser canalizado com uma praça imensa por cima. Na chegada a Bastillha entramos a direita e fomos caminhar pelo Marais, fomos na casa do victor hugo que é um museu gratuito e bem rapidinho de se ver, e tem uma vista linda pra praça. O dia estava meio nublado, meio frio, gostosinho para nossa caminhada que começou as 16 hs. Por ali o victor comeu um falafel e tomou uma limonada, no mesmo lugar que nós já tinhamos ido com a Laurinha, aquele do guardanapo em forma de estrelinha de davi. O victor amou o marais, foi o que ele mais gostou, além do pompidou, que ele também amou e  eu fiquei feliz porque lá é um dos meus lugares preferidos de Paris.
Do marais, caminhamos pela rue rivoli, até o hotel de ville, lá ele viu o pompidou, e resolvemos ir até lá, a fonte estava funcionando, mas estava estranhamente muito vazio, alias Paris toda estava vazia, tá todo mundo de férias, viajando por ai...
Continuamos o trajeto seguinho até a notre dame, atravessamos o sena, depois passamos na shekespare and co. , e subimos pela blv. Saint jacques até o Pantheon, lá entramos a direita e fomos ao jardin du luxembourg, sentamos por ali, perto das tulipas rosas e lilás, e ficamos um pouquinho descansando, conversando e apreciando a vista, mas não foi o que eu queria, falo tanto do parque pra ele, e o parque hoje estava completamente inutilizado, sem crianças, triste... a noitinha começou a chegar e resolvi terminar o tour passando pela torre e indo a montmartre, andamos mais um pouco pela rua vavin, que é bem petica, mas me leva até a escola de fonética, mostrei a ele a escola, pegamos o metro, queria passar pela linha 6 pra ele ver a torre e depois pegariamos a linha 2 até a sacrecoeur... até ai tudo lindo, vimos a torre do metro de superficie, escutamos sanfonas e trompetes, até que de repente um mendigo bebado que estava “dormindo” nos bancos do metro, puff, cai duro no chão do trem, La Peur!
Passamos por uns momentos tensos achando que o fulano tinha morrido. Logo chegou gente e começou a cutucá-lo até ele acordar e conseguirem retirá-lo de lá, mas ai já tinha chegado a minha estação...
Eu fiquei meio com aquela sensação de pedir desculpas ao victor, tipo dar explicações, como se Paris já fosse a minha cidade, e falava: “não,... mas não é sempre assim viu, isso nunca me aconteceu no metro antes, calma...”. Talvez ela já seja a minha cidade.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Au Revoir Alberta – Bienvenues à Belleville.

Sábado de sol. Já tinha a dica da Katherine, amiga da ana, que sábado faria 24º aqui em Paris, combinei um piquenique com a Luiza e lá fomos nós de cestinha para o Jardin du Luxembourg. Eu fui de vestidinho sem meio made coisas da sonia me sentinho no verão paulista, só eu assim, mas juro que passei calor, fez um super sol de derreter nossos mini ovinho de kinder…







 
Tinhamos um lençol azul, vinho cotê du rhone, azeitonas, geléia, queijinho de cabra, vaquinha que ri, presunto cru e A BAGUETE da “Adélia”. Foi delicioso, um papo descontraido, beber no parque, devoraramos quase tudo e quase quatro saimos de lá pois eu tinha um rendez-vous para visitar um apê em belleville que eu não estava muito animada. Encontrei os danas na saida de belleville, encontramos o Marlio,  “dono” do apê e fomos lá visitá-lo. Adoramos! É super petit, mas tem um sofá cama em baixo e uma escadinha (que eu preferia que fosse escorregador) para a cama de cima, que não tem cama, mas eu trouxe o supercochão de ar da andrea e estou instalada lá até o fim do mês.
Resumindo abandonamos a alberta, demos tchau para o michel e viemos para belleville. Almoçamos no “tripletes” ontem, mas não demos muitas estrelinhas para a comida de lá, muita essencia no crème brûlle e jantamos no restô “totalement à lést” perto da gare do l’est, da nossa antiga casinha. Esse é um restô que sempre passavamos em frente, achavamos lindo, com lampadinhas verde, azul e vermelhas que ficam piscando na fachada, mas nunca tinhamos ido, fomos, enfim, comemorar o fato de não termos ido pra rua e sim pra um studiozinho…
A parte mudança foi um caos, malas pra lá e pra cá no metro, fazendo baldiação em stalingrad (linha 5 para linha 2) e escadas a torto e a direito, no fim depois de tries viagens conseguimos (a última foi só porque esquecemos a chave do michel no novo apê) mas valeu pela pizza no “totalement l’est” , pela cerveja branca e pelo humor do garçon…

No dia seguinte: acordei quebrada, fui lavar roupa na lavanderia e descansei.