"La Corneille Noire, é onde eu conto minha vidinha pacata de andanças, estudos, passeios e prazeres por Paris."

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Chamam ela de viúva..


Acordamos em reims, e às 10h30 já tinhamos compromisso marcado na Veuve Clicquot. Fizemos o tour da La Grande Dame, ou algo parecido, foi um tour de uma hora e meia,  em francês, explicando desde a origem da fábrica e da marca, até a visita às caves, e os processos de envelhecimento dos champagnes, as diferentes uvas, os tipos de solo, a umidade exata do solo da região, as essências,  até a degustação final! Tomamos une grande dame de 1998, muito diferente dos outros espumantes que já provei. Com um odor de ervas e fermento e alcool que eu não consegui identificar. Tomei uma tacinha caprichada... foi bem gostoso. O mais interessante foi ter conseguido compreender mais de 80% do tour e ter feito um novo vocabulário em francês... O victor não entendeu muito, mas nós conseguimos traduzir um pouco na hora, mas a guide falava muito e muito rápido.

Outro ponto importante é que a última boa safra de champagne foi em 2004, de lá pra cá os  verões tem sido muito secos e com pouca chuva, eles esperam que esse ano chova muito e a safra de 2012 seja boa. É o maior período, desde a criação, sem uma boa safra. É crianças o aquecimento global pode ter chegado mesmo e está prejudicando até as champagnes...





Pós tour, fomos a Epernay, cidade vizinha, onde se concentram a maior parte das vinherias/champanherias. Fomos conhecer a Moët Chandon, que produz a Dom Perrignon, champagne mais cara do mundo, mas não fizemos o tour, andamos um pouco pela cidade e decidimos que no dia seguinte faríamos um passeio de bicicleta pela região.
Voltamos a Reims e fomos conhecer o centro da cidade. Estacionamos o carro e fomos caminhando, uma cerejeira linda perto da catedral nos chamou a atenção, uma chuva de pétalas, que o vento nos proporciona é muito lindo, parece confete cor de rosa. E fiquei um pouco na dúvida, essas cerejeras japonesas rosas e as vezes brancas, são também chamadas de sakura?

A catedral de Reims é muito importante, é uma das maiores da França, onde todos os reis franceses foram coroados, inclusive um deles com presença da Joana D’arc. Os vitrais da catedral também são importantes,  obras de chagall, mas, na época do domínio nazista, a catedral foi arrebentada e muitas partes foram reconstruídas, eu não sei, por exemplo, se o vitral do chagal foi abençoadamente preservado nos ataques ou se é posterior, na fase de reconstituição do original. De qualquer forma é linda. Mas enquanto íamos, vagarosamente, eu e ana, tentando achar os significados mitológicos das esculturas encrustradas nas pedras da catedral, eis que o victor diz: “Vocês não viram isso?” e olhamos pro alto, eis que vemos uma aranha gigantesca, metalizada e toda articulada apoiada à lateral de uma  das torres da catedral com um guindaste dando apoio também. Bizarro! O que seria aquilo????



Ficamos na dúvida porque não tinha nada indicando aquela aranha gigantesca. Entramos na catedral e eu perguntei para o vendedor de souvenir, o que era aquilo pendurado. E então soube de tudo! No dia seguinte seria inaugurado o primeiro bonde da história da cidade, e a aranha fazia parte das celebrações, que durariam o dia inteiro e finalizariam com fogos de artifício. Amei ! e entendi tudo em francês e ainda comentei “bizarro né?”, ele fez aquela cara de incrédulo e me respondeu, c’est comment ça, é assim que é... abrindo o olho e levantando os ombros...

Vimos o pôr-do-sol por ali, a luz entrando na pela grande rosácea... ficamos por lá apreciando a aranha e o alvoroço da cidade.




3 comentários:

  1. Victor virou o fotógrafo oficial do "Corneille"?

    Por que a Viúva ficou viúva?

    :-))

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  2. é o victor está colaborando com o blog!

    Quanto a víuva, eis a história, Philipe Clicquot era um barão dono de grandes terras na região de reims. Seu filho, François, casa-se com Nicole Ponsardin, filha de outro barão, e juntos começam a estudar maneiras de produzir vinhos e champagnes. Após um ano de descoberta a fórmula secreta e produção, François morre, e a Madame Clicquot se torna a Veuve Cliquot Ponsardin, mulher corajosa, que pós revolução francesa, assume a administração da empresa e consagra a marca como uma das melhores champagnes do mundo! exporta para inglaterra e St. Petesbourg ( o vinho principalmente era muito consumido lá) hoje em dia não produzem mais vinho, só champagnes, rose, seca e demi-sec, a que experimentamos, grande dame, é uma produção especial, feita somente de boas safras! a de 2004 foi a última boa safra, mas a de 2000 foi realmente a a última safra especial. acho que grande dames a preços acessiveis são encontradas de 1998 e 2000.

    mais alguma informação?

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  3. Sim.
    Que diabos um bonde novo tem a ver com uma aranha gigantesca?
    Acho que voces só entenderam tudo porque a explicação foi em francês...
    Bizarríssimo isto.
    :-)))
    :-))))

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