"La Corneille Noire, é onde eu conto minha vidinha pacata de andanças, estudos, passeios e prazeres por Paris."

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

La photographie!


Após alguns dias, ele apareceu de novo, nosso querido sol! Após sair das aulas hoje, que estava super frio de manhã, o sol apareceu entre as nuvens e durou até as 18 hs, é super gostoso passear em no frio com um solzinho.
Esperei a Ana acabar as aulas na biblioteca dos estudantes internacionais, ela fica no quinto andar de um hostel universitário em frente ao jardim de luxembourg, peguei um elevador minusculo e achatado para chegar no quinto andar. A hora que entrei na biblioteca fiquei encantada, parece uma biblioteca do começo do seculo, com móveis de madeira antigos, aquelas mesas compridas com abajur em cada lugar, as cadeiras com acento de veludo verde. Algumas mesinhas redondas com poltronas, e quatro mesas incriveis em frente as janelas com uma vista linda para o parque e para a torre eiffel. Incrivel, obvio que esse quatro lugares únicos, estavam ocupados, voltarei lá outro dia para tirar fotos da bibliô e da vista! Aos diretores de arte de passagem por aqui, não havia nela um abajour verde se quer!!! Estou pra encontrar esse abajour verde na vida real e ter um tete a tete com ele.
Fui buscar a Ana as 16hs em ponto, bem francesa, e fomos passear no parque luxembourg e aproveitar a luz do fim do dia para fotografar, fotografamos bastante por lá. Foi bem gostoso, a Ana voltou a gostar de fotografia e está se animando mais para fotografar, eu tirei poucas fotos de coisinhas que gosto.


 É só fazer sol que tá todo mundo no parque de novo!

Fomos caminhando pela rue Vavin até chegar a Blvd. Montparnasse, íamos nos encontrar com a Luana para conhecer o apê dela e depois dar umas voltas. Acabamos entrando num Pomme de Pain, espécie de Frans Café local, tem em um monte de lugar,  com bons preços e coisinhas gostosas, tomei uma sopinha de legumes por 2,45 euros. Bon Marché! No final das contas a Luana, não apareceu, ficou enrolada no estágio, e nós nesse meio tempo falamos com o Victor e ele sugeriu procurarmos um espaço do Cartier-Bresson, fotográfo famoso, em Paris.
Por muita sorte, descobrimos que existe uma Fundation Henri Cartier Bresson, e ela fica em Montparnasse do lado de onde nós estavamos, e melhor, de quarta-feira das 18 ás 20hs, é gratuite! Bora prá lá!
Fomos até lá, umas cinco quadras de onde estavamos, numa rua sem saida chamada Leubouis. Uma casinha pequena, bem charmosa, vimos a exposição de David Goldblatt, com fotos em pb de uma temporada que ele ficou em Joensburg, África do Sul, o tema da mostra era sobre a diferença de vida entre negros e brancos, após o Aphartaid, fotos interessantes retratando pessoas e algumas fotos de casas e objetos sozinhos, que foram as que eu mais gostei, mas tudo meio posado, meio dubio se as coisas eram daquele jeito mesmo. E a exposição permanente, com poucas fotos do Bresson, mas acabamos vendo um livro incrivel com muitas fotos da sua carreira, ficamos com vontade de comprar, mas faremos isso mais tarde. Eu adorei a série de retratos de pessoas famosas em lugares ou fazendo coisas inusitadas, as do matisse são super fofas, uma do Man Ray com o Duchamp, que parece que eles tão escolhendo que filme vão assistir num folhetinho, a de um pintor, que esqueci o nome, atravessando a rua debaixo de uma puta chuva, e ele sem guarda-chuva todo contraido e molhado, enfim pessoas do glamour fazendo coisas sem nenhum glamour, muito bom.
Outra foto interessantissima é durante a coroação do Rei George VI, A Inglaterra inteira prestando atenção no discuros do Rei, ele simplesmente vira a camera e fotogra o público.  (vi sabe aquela foto que a gente viu na serra, com um monte de jornal no chão). O mais interessante de ter visto a foto, é você saber das dificuldades que o Rei teve para fazer esse discurso (texto do blog sobre o filme “o discurso do rei” ) e a alfição do momento. 

*postarei fotos do bresson num outro post para ilustrar a obra dele melhor!

E é engraçado, todos esses temas que se reaparecem na nossa estadia por aqui, sempre tem um novo fragmento das histórias que estamos vivendo, vendo ou estudando, e ai vem novas pecinhas para complementar. Muito bom!
Outra coisa que me ocorreu foi o tanto de gente boa que surgiu no seculo XX, tem todos esses artistas conhecidos e consagrados na pintura, fotografia, happenigs, autores renomados, e todos viveram na mesma época, o Bresson fotografou todo mundo que eu gosto, incrivel, ser artista, nessa época, em Paris deve ter sido maravilhoso, todos os movimentos, as grandes vanguardas, o buchichos, estavam todos juntos, aqui!
Será que a nossa geração vai ser importante algum dia? Ou somos mais do mesmo? É preciso passar fome em Paris pra ter um bom trabalho artistico? Claro que não, tem vários novos cineastas que estão fazendo um trabalho super diferente, autoral, novo e que tem sucesso, até quando vai durar, não sei, mas sinto que falta um elo artistico entre as diversas areas, não conheço muitas pessoas das artes plásticas ou fotografos que não sejam da area de cinema e que tenham um trabalho integrado, hoje em dias as areas são muito cada vez mais especificas, eu prefiro quando é tudo junto misturado, sei lá, viagem?

Adorei ter passado o dia estudando fotografia com minha belle-soeur, faremos mais vezes!
Amanhã: Michel Gondry.

Um comentário:

  1. Pois é, Camila , Paris era uma festa nos anos 20. Realmente, todo mundo estava lá (ou aí).
    Teus posts estão ótimos, estão a tua cara, eu acho muito legal descobrir os lugares no dia a dia como você tem feito.

    Beijos, Fisch pai

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