"La Corneille Noire, é onde eu conto minha vidinha pacata de andanças, estudos, passeios e prazeres por Paris."

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Shabat

Um dia morno. Acordamos bem tarde, tinhamos nosso test de niveau as 14hs lá na blv Raspail, onde serão nossas aulas de phonétique. Então ficamos pela manhã no nosso apezinho gostoso curtindo a maior preguiça jogando bejeweled de baixo da coberta, comemos baguete com manteiga e queijo e saimos.
A ana ficou em casa jogando e dando uma organizada na casa, ela também tinha que esperar meu irmão chegar do Brasil, o que poderia acontecer a qualquer momento porque não sabiamos ao certo que horas seria isso.
Na Maison des étudiants o teste foi aplicado pontualmente. Não sei se fui lá muito bem, um teste meio esquisito, de multipla escolha, que eu me perguntava o que eu estava sendo testada, bem estranho, mas enfim, podemos fazê-lo toda semana.
Depois conversei muito com uma das professoras, o que eu acho que ajuda a contar pontos, conversei com ela sobre porque gostaria de aprender francês (?), sobre minha profissão, ela acha que eu tenho boas chances de trabalhar com cinema por aqui (!) – esses franceses querem muito que eu me dê bem e fique por aqui- conversei sobre meu dia de ontem e contei que fui no parque luxembourg e fiquei lendo, ai contei sobre o livro e sobre a Julia Child, que ela não conhecia. O que me deixou mais feliz é que foi uma conversa tranquila consegui conversar absolutamente normal em francês, mas ainda preciso falar plus vité.
Chez nous começamos a fazer um almoço, que demorou horas pra ficar pronto, fizemos um raviole recheado de queijo com molho ao sugo e queijo gratinado por cima,  enquanto isso já era seis da tarde e nada do meu irmão ter chegado. Acho que ele sentiu o cheiro e chegou! Onde almoçam 3, almoçam 4...
Depois ele contou sua jornada até achar nosso apê, as 6 vezes que ele passou em frente a nossa rua e não achou. Um tempo depois a laurinha chegou em casa com uma amiga francesa, a Anaïs. Elas tinham saido para entrevistar alguns africanos que moram na França para o tcc dela, a Laurinha fotografou. Foi bem gostoso por alguns momentos nosso apêsinho cheio, com visitas, vinho, parecia que moravamos aqui por muito tempo. Alias me sinto muito bem e a vontade no nosso apê, já é um lar bem aconcheante e petit.
Lá pelas oito saimos para encontrar outras amigas da Laurinha no Marais, fomos na pracinha Saint-Paul e de lá comer Falafel, na rue rosier, essa região é um pouco judaica e era sexta, Shabat (Fisch Shabat Shalom) e tinha apenas um lugar aberto, o “mais judaico”, comemos muito, um kebab de falafel delicioso com berinjela, hummmm e uma citronade especiale (limonada com muito açucar típica de israel).
Na hora de por a mesa o garçom coloca os guardanapos em formato de estrela de davi, eu fiz um coméntario típico, achando fofinho e não é que o garçon sorriu pra mim, ele é todo arabe e faz aulas de português aqui na França! :)


Estávamos em 9 pessoas, nós 5 brasileiros, 2 franceses, 1 mexicana e 1 espanhola, e nos falavamos em todas as linguas, eles todos aprendiam ou já aprenderam português na universidade...
De lá partimos para o metrô Port Royale, fomos para a casa de outros franceses que estava rolando un fête. Eu me senti bem maravilhada em ter contato com os costumes dos jovens franceses já no quarto dia por aqui, e tenho me surpreendido cada vez mais achando eles très sympa, ao contrário do dan que sempre reclama, interessante esse mesmo mundo que estamos vivendo, mas cada um o percebe de forma diferente. Sei lá me senti a vontade apesar de não conhecer ninguém, nem de interagir com ninguém desconhecido, simplesmente gostei do fato de estar lá, ouvir francês, ver pessoas vestidas parecidas comigo e tomar suco de maça com rum.
Que a França trate a gente como ela tratou a laurinha!

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